No início deste mês, os professores de matemática do IFMT Várzea Grande, Emerson Dutra, Anderson de Oliveira e Gilberto Faria, se reuniram com Tânia de Souza Oliveira, ex-aluna do campus e medalhista da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – OBMEP, para presenteá-la com um livro de geometria e bater um papo sobre sua escolha de curso superior e futura vida acadêmica.
Segundo Dutra, a estudante já era medalhista da olimpíada no ensino fundamental, então, já chegou no campus com um destaque. Aqui no Instituto, além de sempre se destacar como ótima aluna, também foi selecionada para fazer um curso de Língua e cultura espanhola na Universidade de Salamanca.
No vestibular que fez em 2018, Tânia resolveu escolher o curso de matemática na UFMT e, sabendo disso, "nós da matemática, decidimos marcar essa reunião com a finalidade de presenteá-la com esse livro e bater um papo, dar orientação do que ela vai enfrentar na licenciatura e discutir com ela sobre projetos futuros também, dar uma orientação geral de vida acadêmica e abrir as portas do campus para quando ela precisar ela possa aqui vir nos procurar", explicou Dutra.
Para Tânia, a melhor recompensa que obteve com a OBMEP foi o gosto pela matemática: "devido a isso, consegui o primeiro lugar na aprovação da UFMT para o curso de Licenciatura em Matemática". "Dias depois meus professores de matemática do IFMT me chamaram na escola para me parabenizarem presencialmente pela minha conquista e me aconselharem sobre os estudos universitários. Eles se mostraram bastante orgulhosos por minha escolha de licenciatura, já que, infelizmente, não é uma área valorizada, e que ainda assim eu optei por ela por ser minha paixão, paixão pela qual eles também compartilham", explicou.
Veja o depoimento de Tânia sobre a Olimpíada
A OBMEP teve (e continua tendo) grande influência em minha vida, tanto acadêmica como pessoal. As oportunidades que ela me ofereceu foram importantes para que eu soubesse moldar meu futuro.
Meu primeiro contato com a OBMEP foi no 6° ano, mas eu não a conhecia e não tinha noção da sua importância. Devido a isso, meu estudo foi bem básico para a prova, eu não sabia o que poderia ser cobrado e nem em qual dificuldade (não havia nenhum tipo de instrução por parte da escola sobre a olimpíada) e, apesar de ter estudado pouco, eu consegui ser premiada com uma menção honrosa.
Foi apenas no dia da divulgação do resultado da OBMEP daquele ano que eu pude ter dimensão da sua grandiosidade. Então eu fui pesquisar mais a respeito e descobri coisas incríveis. A partir deste momento eu estava determinada a conseguir uma medalha na OBMEP. Este tinha se tornado meu sonho!
Como a olimpíada é nacional e o país é imenso, com milhares de estudantes, eu sabia que para ganhar uma medalha, de bronze que fosse, teria que estudar muito, pois poderia haver muitíssimos alunos melhores que eu. Assim, no ano seguinte, ainda nas férias de janeiro, comecei a estudar. Meu método de estudo era refazer as provas das edições anteriores da OBMEP. Para as questões que eu errava ou não sabia eu lia as soluções e buscava entender como se chegava no resultado. E assim eu estudei.
Ao sair da sala de provas da segunda fase eu estava muito confiante que ganharia uma medalha de bronze. Eu tinha ido muito bem. Mal via a hora da divulgação dos resultados. Até que esse dia chegou e eu pude ver a realização do meu sonho: meu nome na lista dos medalhistas. Mas nunca imaginei que seria na lista dos medalhistas de ouro! Ouro! A emoção foi tão grande que eu consigo senti-la até hoje (me emociono sempre que lembro desse dia). Eu tinha me esforçado tanto, estudando tanto, eu só queria uma medalha, não importava qual, e de primeira eu consigo a tão cobiçada medalha de ouro! Nesse dia eu pude perceber que, realmente, tudo o que a gente quiser a gente consegue com determinação, esforço e dedicação!
Ao ganhar uma medalha na OBMEP você pode participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que é um curso onde os alunos podem ter contato com uma matemática mais profunda e podem desenvolver seu gosto pela área. E, além disso, os 200 alunos com as melhores notas no PIC, participam do Encontro do Hotel de Hilbert (EHH), um encontro onde os alunos podem vivenciar a matemática de diversas formas: por palestras, atividades, jogos etc. É uma semana muito divertida e proveitosa. Participar do EHH tinha se tornado meu segundo sonho e eu também consegui realizá-lo!
Da OBMEP eu pude tirar muito proveito: tive cinco premiações: duas menções honrosas e três medalhas, sendo uma de bronze, uma de prata e uma de ouro, participei duas vezes do PIC e uma do Mentores da OBMEP (programa ligado ao PIC), e participei do EHH. Através destas conquistas eu pude realizar minha primeira viagem de avião, pude ir ao Rio de Janeiro e à Florianópolis, e, ainda, tive a oportunidade de conhecer a Dilma Rousseff durante a CN (cerimônia nacional) da 9° OBMEP.
Por fim, acredito que a melhor recompensa que pude obter com a OBMEP foi o gosto pela matemática e aprender que com esforço se consegue qualquer coisa. Devido a isso, consegui o primeiro lugar na aprovação da UFMT para o curso de Licenciatura em Matemática. Dias depois meus professores de matemática do IFMT me chamaram na escola para me parabenizarem presencialmente pela minha conquista e me aconselharem sobre os estudos universitários. Eles se mostraram bastante orgulhosos por minha escolha de licenciatura, já que, infelizmente, não é uma área valorizada, e que ainda assim eu optei por ela por ser minha paixão, paixão pela qual eles também compartilham. Ao final, eles me presentearam com um livro de geometria riemanniana e disseram que hoje eu posso não conseguir entender o que ele diz, mas que eles acreditam que um dia, com base no meu esforço e dedicação, eu conseguirei entender.
A confiança, orgulho e respeito que eles mostraram ter por mim me deixou muito feliz e lisonjeada! Foi uma surpresa muito boa e sou muito grata por todo o apoio que recebi e continuo recebendo! Eu continuarei me esforçando, sendo gentil e dando meu melhor em tudo o que faço!
