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Projeto sobre literatura finalizou ações de 2018 com roda de conversa com Luciene Carvalho, poetisa integrante da Academia Mato-Grossense de Letras

Publicado por: Campus Várzea Grande / 14 de Dezembro de 2018 às 15:12

A falta do gosto pela leitura entre os jovens e a dificuldade para compreender o que leem, não só dentro de sala de aula, mas na vida, motivou Jelder Pompeo, Técnico em Assuntos Educacionais do IFMT Várzea Grande, a criar o Projeto Ocupação Literária, com o intuito de contribuir para uma mudança dessa realidade, difundindo e estimulando a leitura e a escrita nos estudantes do campus.

Segundo Jelder, o Ocupação Literária visa a difusão, leitura e estímulo a escrita de gêneros textuais pouco lido, tais como a poesia, literatura de cordel, contos e haicai. "Dessa forma, aumentamos o acesso dos alunos e comunidade a esses gêneros textuais, estimulando que eles também produzam textos". Jelder explicou que o projeto foi proposto por ele, "mas foi abraçado e está sendo construído por outros servidores e estudantes também, em especial a Juliana e o Jorge". Ele também está aberto para que mais alunos, servidores e comunidade possam participar, construindo o projeto, indicando poesias, temas e atividades.

Além de divulgar textos pelas paredes da escola, o projeto ofereceu apresentação e rodas de conversa com autores(as) regionais. No dia 23 de novembro, foi realizada uma ação com a visita das MC's de Slam ('batalha da poesia falada'), Rapper Azul, Kyana Ju e Mc Rboito, falando sobre poesia marginal e, no dia 10 de dezembro, teve roda de conversa com o escritor e professor Luiz Renato de Souza Pinto, que falou sobre literatura e importância da leitura, contou sobre a vida dele e sobre o trabalho de outros artistas de Mato Grosso, em especial o Antonio Sodré, que era parceiro dele de Caximir (banda) e de poesia.

Dia 11 de dezembro o Professor Jorge Fonseca realizou com os estudantes o "Café Literário com Manoel de Barros: seus poemas, nossas imagens". Foi uma homenagem a Manoel de Barros, com documentário sobre o autor e fotos dos(as) alunos(as), que eles escolheram baseado em algum poema dele. Eles(elas) declamavam Manoel e falavam da foto, depois a penduravam em um varal.

Para finalizar as ações de 2018, no dia 12 de dezembro o projeto recebeu a poetisa Luciene Carvalho, ocupante da cadeira 31 na Academia Mato-Grossense de Letras (AML), para falar um pouco da sua história de vida e seus livros. Primeira mulher negra a fazer parte da academia, Luciene afirmou: "eu sou uma mulher pantaneira e sou fruto das escolas públicas de Mato Grosso". Então, "primeiro a gente vai começar desfazendo a lenda de que a escola pública não gesta, não gera e não procria em arte", explicou. "A poesia é alguma coisa muito próxima da filosofia, só que vai além, toca em algum nível de emoção, se a gente permitir que a poesia entre. Porque ela entra pelos sentidos, mas ela atinge bem mais", finalizou Luciene.

Segundo a professora Juliana Curvo, "a gente tentou ao longo desse semestre trazer outros autores e pretendemos continuar no próximo semestre, até porque, para que essa literatura aqui em Mato Grosso prosseguir, a gente precisar consumir, pra que ela ganhe forma". "A gente ainda tem uma outra poesia pulsante, interessantíssima, que padece em função dos regionalismos", afirmou Juliana.

Veja Luciene declamando um dos poemas de seu novo livro, Dona:

Após isso, o projeto já começou a surtir efeito, com o estudante André Prado produzindo sua própria poesia. Veja, a seguir:

Ela é poesia

Ela é transparente
Negra, mulher é incandescente
Traz um história espetacular
Nascida em Mato Grosso, não se pode negar.

Aprendeu a ler com seus irmãos
E a poesia nascia na sua vida então
Que mulher espetacular
De uma risada contagiante, sem par.

Dona de si, selvagem
Encanta aos que ouvem
Se refugia de um mundo
Onde a poesia para ela é tudo

Amante da literatura
Acadêmica Luciene
Mulher, negra, poetisa
Que vida, história, que artista.

Veja o ÁLBUM DE FOTOS DO FACEBOOK.


SOBRE SLAM

"Basicamente, slams, ou poetry slams são encontros de poesia falada (spoken word) e performática, geralmente em forma de competição, onde um júri popular, escolhido espontaneamente entre o público, dá nota aos slammers (os poetas), levando em consideração principalmente dois critérios: a poesia e a desempenho. Resumindo: o slam é o “esporte” da poesia falada". (Por Roberta Estrela D´Alva, atriz-MC, diretora, cantora, pesquisadora e slammer, em Declama-te ou te devoro: o Poetry Slam e a celebração da poesia falada)

"É difícil traduzir o termo; slam refere-se a um grande barulho, como o causado por uma porta que bate com o vento forte. Dessa forma, podemos nos referir ao campeonato como uma batalha de poesias agitadas, fortes. Em países de língua francesa e espanhola, idiomas em que poderíamos nos basear para arriscar uma adaptação, traduzem apenas o termo poetry, mantendo o slam, provavelmente pelo sentido onomatopeico da palavra. É uma boa solução: a poesia slam não é declamada e cada poeta imprime ao seu texto cadências, ritmos e leituras próprios, que, sem sua voz, seriam decididos pelo leitor. É um poema que necessariamente terá ruído, barulho, vida própria – nada parecido com uma leitura silenciosa e calma, normalmente associada ao gênero poético". (Por Julia Garcia, em Conheça a poesia slam)

Leia mais: Conheça o 'Slam Poetry', competição que mistura de poesia falada e Hip Hop e chega a Cuiabá em 2017

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