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CLUBES DE LIVROS: Histórias e estórias encantando e educando dos 08 aos 80

Publicado por: Campus Várzea Grande / 15 de Dezembro de 2023 às 16:25

Mais um ano está chegando ao fim e, com as aulas findando, o IFMT Várzea Grande tem o prazer de apresentar três projetos de Clube do Livro que o campus desenvolveu durante 2023: Literal Mente, Clube do Livro Gestor Virtuoso e Clubinho do livro.

O primeiro deles, o projeto de extenção Literal Mente, coordenado pelo professor Tiago Borges de Lima, teve como objetivo "proporcionar aos discentes do IFMT e comunidade externa não apenas uma oportunidade de entrar em contato com grandes nomes da literatura nacional e mundial, mas também de encontrar na leitura e nas discussões das obras uma alternativa de lazer saudável capaz de trazer grande enriquecimento pessoal e intelectual".

"A proposta inicial do projeto foi proporcionar acesso às obras literárias escolhidas pelos coordenadores do projeto; Logo, iniciamos o projeto com a temática de distopias. As obras trabalhadas neste projeto estão relacionadas com a temática 'sociedades distópicas'. A princípio lemos duas obras, a saber: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e 1984, de George Orwell. No ano de 2023 desenvolvemos nossos encontros e demos oportunidades para os participantes escolherem suas obras", observou Tiago.

O segundo projeto, Clube do Livro Gestor Virtuoso, desenvolvido pela professor Hellen Bucair com discentes de Gestão Pública, "reuniu alguns títulos relacionados às virtudes para trabalhar nos acadêmicos a habilidade de leitura e escrita, a partir de temas pertinentes na área de atuação dos alunos para promover reflexões sobre a relação dos comportamentos dos gestores públicos e o bem estar social". Ao final do projeto, os(as) discentes apresentaram uma resenha dos títulos em um seminário e, por fim, elaborarão "Ensaios para um gestor virtuoso", objetivo final do projeto.

Segundo a professora Hellen Bucair, "em nosso dia a dia em sala de aula observamos dois problemas frequentes em relação aos aos nossos alunos: uma escrita debilitada e a falta do hábito da leitura". Considerando as duas demandas, reunimos alguns títulos relacionados às virtudes para trabalhar com os acadêmicos. "Os títulos, escolhidos minuciosamente, têm o intuito de auxiliar os nossos acadêmicos no desenvolvimento de bons hábitos e caráter, aspectos fundamentais na vida profissional de um gestor", explicou Hellen.

Para Ana Paula de Melo Silva, do 4º semestre de TGP, "esse projeto  foi muito especial, pois me ajudou a melhorar meu hábito com a leitura e promoveu uma reflexão mais ampla sobre os comportamentos do gestor público para bem social". "Pretendo  continuar com a leitura, melhorando meus conhecimentos para, assim, ter bons frutos", afirmou Ana Paula.

Segundo Paulo Ferreira da Silva, também do 4° TGP, "o projeto foi uma satisfação muito grande de poder colaborar com um ponto de vista diferenciado sobre como os gestores públicos estão buscando desenvolver a virtude do autodominio no tocante à tomada de decisão frente aos desafios enfrentados ao longo de sua carreira e como este gestor busca relacionar esta virtude com os principais da administração pública". Paulo leu o livro 'Autodomínio: Elogio da Temperança', que trata da virtude do autodomínio. "O autodomínio tem relação com o equilíbrio, necessário em todas as ocasiões, em especial com a vida profissional do Gestor Público", explicou a professora, Hellen Bucair. O acadêmico destacou, ainda, que os princípios da legalidade e moralidade da administração pública devem ser observados por toda a Administração Pública.

Por fim, o Clubinho do Livro surgiu da demanda das próprias crianças que acompanham seus pais no curso superior de Gestão Pública: "é uma realidade muito presente, os pais trabalham durante o dia e não têm com quem deixar as crianças e muitas vão para a sala de aula junto com seus pais", explicou Hellen, também coordenadora desse proejto. "Algumas das crianças estavam presentes na sala quando anunciamos o Clube do livro, destinado aos adultos, então elas pediram para fazer um clubinho, aí eu quis fazer como um projeto de extensão e abri não só para as crianças filhas dos nossos alunos, mas também para a comunidade".

No dia 06 de dezembro foi realizada a finalização do projeto, com a premiação das crianças que mais leram livros, que foram dois filhos de Cintya, uma aluna de TGP: juntos eles leram 09 (nove) livros e foi a mãe que mais fez trocas durante este período. "Então a gente fez uma premiação para as crianças e nós entregamos para cada um dos participantes do Clubinho um passaporte de leitura, que é onde eles vão anotar quantos livros eles leram, o número de páginas, quem são os autores, vão poder pegar os autógrafos dos autores desse livros... também entregamos um giz de cera para cada criança e os que tiraram o primeiro lugar (Alícia e Álvaro), ganharam um jogo de xadrez, dama e ludo", explicou Hellen.

Segundo Cintya Mari da Cruz, "quando eu entrei no primeiro semestre de Gestão Pública conversei com o coordenador do curso, o professor Alexandre, e falei sobre meus filhos irem comigo pra faculdade; então ele disse que era  bem comum a presença de crianças com os pais que são alunos do campus e que havia um projeto de leitura que a professora Hellen desenvolvia". "Então ele me apresentou a professora, que me colocou no grupo e, a partir daí, os meus filhos começaram a escolher os livros e fazerem a leitura. Eles gostaram muito, pois já temos alguns livros em casa, mas conheceram novos livros. Na minha opinião, é um projeto maravilhoso, que incentiva a leitura e ajuda a ter lazer e ficar longe das telas", explicou.

A mãe afirmou que a filha, Alícia, gostou muito do projeto, conheceu outros livros, autores... Segundo a Alícia, "ler livros ajuda a melhorar a leitura, usa mais o tempo lendo, do que usando as tecnologias, estimula a imaginação e, dependendo do livro, ela fica alegre, triste etc; o livro que ela mais gostou foi 'O gigante egoísta'", explicou a mãe. Para seu segundo filho, Álvaro, "o projeto foi muito bom e muito inspirador" e disse desejar que novos projetos igual a esse sejam criados. Sobre os livros, o garoto afirmou que "incentivaram a ler mais do que já lia, utilizar menos a TV, aperfeiçoou mais na leitura", pois antes gaguejava pra ler e agora na escola faz leitura em sala de aula. O livro que mais gostou foi 'É o Pedro, o Coelho', finalizou Cintya.

Texto por Cristiane Fronza/ASCOM IFMT-VGD; fotos: arquivo alunos

SAIBA MAIS

Projeto de extensão Literal Mente - Clube do Livro
O projeto tem o intuito de resgatar o real sentido do hábito da leitura como fator de extrema importância na construção de conhecimentos de cada indivíduo, através da implementação de um clube do livro no campus IFMT-VGD. Dessa forma, pretende-se incentivar o gosto pela leitura e promover debates e discussões literárias de forma descontraída, estimulante e motivadora. 'Quantos livros você leu esse ano?': essa é uma pergunta recorrente dos docentes de linguagens a seus alunos, e, ao constatar que as respostas retratam pouca ou nenhuma leitura, percebemos o quanto é necessário agir no propósito de resgatar e incentivar cada vez mais essa prática tão essencial para a formação cidadã de cada indivíduo. É sabido que a leitura diminui o estresse, estimula a criatividade e a imaginação, trabalha a memória e aumenta o vocabulário, o que, consequentemente, aprimora, entre outros aspectos, as habilidades de produção escrita e oral. Entretanto, alguns se privam desses benefícios que a leitura proporciona, ora por má administração de seu tempo, ora por falta de recursos financeiros para aquisição de obras que nem sempre estão disponíveis nas bibliotecas públicas ou escolares. (Por Tiago Borges)

Clube do Livro Gestor Virtuoso
O projeto surgiu, basicamente, da dificuldade que eu sinto na aplicação prática do Direito. Então, as regras, são muito bonitas, a Constituição é bem escrita, cheia de Direitos e garantias fundamentais que, muitas vezes, são inaplicáveis. Basicamente, as previsões existem, mas muitas coisas são apenas meras previsões existem, mas muitas coisas são apenas provisões, por exemplo: o salário mínimo precisa garantir que todo mundo tenha lazer, segurança, moradia, escola, com um salário mínimo... Quando uma família consegue, com um salário mínimo, garantir tudo isso para si e para os seus filhos? Do mesmo modo, existe a tripartição dos poderes, com regras pré-definidas, funções típicas e atípicas para cada um dos poderes, os princípios da administração pública, como, por exemplo, o princípio da legalidade e da moralidade e o que vemos nos noticiários diariamente são escândalos tão grandes e coisas tão absurdas e que contrariam tanto a Constituição, que fica difícil ensinar Direito, hoje em dia, dentro de sala de aula. E observando as coisas que acontecem e vendo a dificuldade que encontramos em fazer a correspondência entre o que está disposto na Constituição Federal e o que acontece, para além dela, ou seja, na vida prática da nossa sociedade, visivelmente percebemos que há alguma coisa errada e que está faltando alguma coisa, porque se a Carta Magna do nosso país é bem elaborada, constando previsões adequadas para a sociedade, porque ela não é devidamente aplicada? Estudando e observando o comportamento das pessoas eu pude perceber o que falta, muitas vezes, não é o conhecimento da letra da lei. Afinal, o que falta para que, de fato, as leis possam ser aplicadas e os direitos possam ser garantidos, e, para que, a corrupção não aconteça? Foi aí que veio a ideia de trabalhar as virtudes, que são cerejas, 'enfeites', que vão sendo colocadas ao longo da nossa vida na nossa base do bolo. Por exemplo, com a virtude da fortaleza, que é a capacidade de dizer NÃO ao que é errado e de sustentar o que é certo, uma pessoa consegue, por exemplo, vencer a tentação de fazer algo contrário à lei ou de fazer algo que seja imoral. Num primeiro momento durante o projeto, cada um fez a leitura de um livro, depois, cada um fez uma resenha e, agora, na segunda etapa do projeto, estamos fazendo um trabalho escrito, com a ideia de fazer uma publicação com os textos que surgirem por meio desse estudo das virtudes. O projeto contou com a participação da professora Pâmela Miranda, que trouxe uma abordagem com os alunos no sentido dos vícios privados, prejuízos públicos: na formação, a prof. Pamela destacou como a mentira e a inveja prejudicam toda a sociedade. (Por Hellen Bucair)

Clubinho do Livro
As obras eram selecionadas por faixa etária, todos muito bem pensados para poder ajudar na construção dos valores das crianças. Por exemplo, trabalhamos com 'O livro das virtudes para crianças' e 'O gigante egoísta', que são obras muito bonitas. Meu objetivo com o Clubinho era tirar as crianças das telas, porque muitos dos filhos desses nossos alunos levavam celular para poder não atrapalhar a aula e isso me incomodava, e eu gostaria de sensibilizar esses pais sobre a questão da utilização de telas para crianças, basicamente, trocar as telas pelos livros. 
Assim que tive a ideia, dividi o projeto em dois momentos:
1. Formações para os pais;
2. Rodas de conversa com as crianças.
Fizemos duas formações. A primeira foi conduzida por mim, com o intuito de falar sobre o projeto e como eu tinha pensado e estruturado o projeto. Neste momento o objetivo foi também conscientizar os pais sobre a problemática das telas. Transmitimos o filme 'O dilema das redes' (documentário da Netflix); muitos pais ficaram surpresos com a lógica da questão das telas, que é uma lógica viciante, com o intuito de prender você o tempo todo. Como essa formação era voltada para os pais e não queríamos que as crianças estivessem presentes, a Sabryna, que é a bolsista do projeto, colocou as crianças em outra sala e fez jogos e brincadeiras; Para a segunda formação, recebemos no campus a Simone Moessa, que é especialista em literacia. Ela trabalha com a questão dos clássicos, da leitura clássica para crianças, e trouxe para os pais do Clubinho uma abordagem no sentido de que não adianta você querer trabalhar a leitura da criança se você mesmo não tem o hábito de leitura, então, a família precisa ter um hábito de leitura. Nesse mesmo dia, fizemos a primeira roda de conversa que serviu para fazer as primeiras partilhas das crianças em relação às leituras que elas haviam feito. Então, a cada encontro que a gente tinha, existia uma possibilidade de troca de livros. As trocas foram acontecendo fora de dias programados, eu tinha alunas que estavam participando, elas faziam as trocas ali no intervalo etc. Além de trabalhar com a leitura dos livros, trabalhamos com a memorização de poemas e, a cada encontro, passávamos os poemas que deveriam ser memorizados pelas crianças e algumas delas memorizaram e declamaram. As mães enviavam os vídeos por WhatsApp para mostrar a evolução. (por Hellen Bucair)

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