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Depoimento de vida de uma Surda e entrega de certificados finalizaram Curso de Libras

Publicado por: Campus Várzea Grande / 27 de Abril de 2016 às 16:41

Vinte e cinco (25) estudantes do Curso de Extensão de Língua Brasileira de Sinais – Libras, nível Básico do Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT Campus Várzea Grande receberam seus certificados no último dia 20 de abril, quarta-feira passada. O curso, que teve início em fevereiro e duração de 60h, contou, em seu último dia, com a participação de estudantes, familiares e membros da comunidade surda. O evento contou, também, com o depoimento de vida da Surda Rejane Aparecida.

    

O curso teve como objetivo, principalmente, cumprir a Lei da Libras (nº 10.436 de 24 de Abril de 2002), que reconhece e dá o direito do surdo fazer o uso da língua de sinais como meio de comunicação e expressão e o Decreto regulamentador nº 5626, de 22 de dezembro 2005, que estabelece ao uso e difusão da Libras nas Instituições Federais.

Mas, não apenas isso. Segundo Marcilene da Silva Araújo, Intérprete de Libras do campus e professora do curso, “por meio do estudo da Libras podemos aprender diversas possibilidades de comunicação, pois a Libras oferece outros recursos (classificadores, mímicas, gestos, etc.) que nos ajudam na conversação com o surdo”.

Para Ana Lúcia Canupe Costa, agente de saúde do bairro e uma das cursistas, esse tipo de inciativa se faz muito necessária: “Em meu serviço tem uma paciente que é surda, então, tinha muita dificuldade de falar com ela, tinha que chamar sempre a mãe dela pra me ajudar e, agora, já consigo me comunicar sem o auxílio da mãe, dando mais privacidade à ela". "É uma língua muito gostosa de se fazer e gratificante quando consigo ajudar alguém que está precisando”, explicou Ana.

A importância da Libras

Segundo Marcilene, “a maioria dos surdos nascem de pais ouvintes, ou seja, nascem em ambientes comunicativos orais e, muito tardiamente, aprendem Libras”. Ainda assim, nem todos se adaptam à modalidade oral de comunicação, “causando-lhes uma perda muito grande de informação essencial ao estímulo cognitivo do Surdo”, explicou a Intérprete.

Rejane Aparecida da Silva, 29 anos, nasceu Surda e sua primeira língua (L1) não foi a Libras, mas o português na modalidade oral. Sua mãe é ouvinte e usuária do português oral e relatou que a Libras não fazia parte do universo comunicativo da família. Rejane nunca fez curso de Libras e, somente aos 15 anos, aprendeu a Língua Brasileira de Sinais no contato com surdos fluentes na língua.

Segundo Rejane (interpretada por Marcilene), depois que aprendeu Libras “tudo ficou melhor e mais fácil, porque pude entender tudo mais claro. Na comunicação falada, nem tudo que me falavam eu entendia, ficava faltando algo. Mas, agora, com a Libras, tudo é diferente, me sinto livre”. “Na verdade, gosto mais de usar a Libras”, desabafou Rejane.

   

Segundo Marcilene, o curso de Libras proporciona conhecimento em como agir diante da necessidade de se comunicar com os Surdos. Além disso, “nos proporciona também entender o contexto visual/gestual que permeia o universo dos sujeitos sinalizadores, sua cultura e língua”, explicou. "O que não se pode fazer é evitar o contato com os Surdos sem, ao menos, tentar uma conversa com eles", finalizou Marcilene.

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