Na última quarta-feira, dia 08 de março de 2017, o Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT Várzea Grande realizou uma comemoração do Dia Internacional da Mulher com ampla programação. O evento contou com apresentações culturais dos estudantes do campus e e uma palestra da servidora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eliete Hugueney, Doutora em Linguística Aplicada, sobre a criação do jornalismo feminino em Cuiabá, tendo como base a revista A Violeta (1916-1950).
Para a Diretora Geral do campus, Sandra Maria de Lima, "é um tema muito atual a violência e o preconceito que nós vivemos, todos os dias, e quando a gente celebra esse dia, mais do que felicitar as mulheres, eu penso que o importante é sensibilizar os homens". Pois, "precisamos de homens sensíveis ao nosso lado, e que de fato tomem essa luta para si", explicou.
"Que bom que nós temos oportunidade de ter um dia para pensar, de fato, na situação da mulher no planeta. Hoje, apesar das mulheres terem um papel tão importante na economia, infelizmente ainda somos vítimas de violência dentro e fora de casa. Então realmente é necessário que pensemos nisso, nessa luta que precisamos fazer todos os dias", finalizou Sandra.
As estudantes Thaís Cristina Teixeira e Marcela de Barros, apresentaram a música de Marina Peralta, "Ela encanta" (veja a apresentação AQUI). Logo após, os estudantes do 4º semestre de DCC, Lucas Campos e Bruna Santos, fizeram uma performance (veja o texto declamado ano final da notícia), com música ao final, apresentada pelo Coral Pauta Viva.
Durante a palestra, Eliete Hugueney, falou sobre o trabalho que desenvolveu ao longo de 4 anos em seu Doutorado na PUC, sobre a Revista cuiabana A violeta. Fundada por professoras normalistas de Cuiabá, que montaram a partir do Grêmio Literário Júlia Lopes, essa revista que marcou uma fase de protagonismo feminino na capital matogrossense.
Segundo Eliete, na revista, as redatoras tratavam de assuntos diversos, mas a preocupação maior era com a educação da mulher. "Elas queriam que as mulheres saíssem do casulo, do seu lar, que ficavam escondidas, escrevendo diários em suas casas, bem escondido dos pais porque era tudo proibido. Elas queriam que as mulheres estudassem, que ficassem na posição de vocês hoje, buscando saber, conhecimento, com sonhos de ser profissionais independentes, que todos pudessem trabalhar e dar a parcela de colaboração na construção do lar", explicou.
No final da palestra os estudantes puderam, ainda, tirar suas dúvidas com a palestrante, mostrando o interesse no assunto e no empoderamento da mulher através dos tempos.
Extra, Extra!!
Morre mais uma mulher vítima de violência doméstica;
Mas, eu não sei porque isso te surpreende;
Afinal isso já é uma fato recorrente
Que estampamos todos os dias nas capas de nossos jornais
E a cada 2 horas uma mulher vitima de um relacionamento abusivo aqui jaz
Passaram-se vários séculos e a escravidão ainda está presente, de uma nova forma
"A escravidao do Lar"
Lavar, Passar, Limpar, cozinhar, sem nunca reclamar.
Sistema patriarcal, reflexo dessa sociedade sexista que cria mulheres para serem submissas e homem pra ser machista.
Consciente que devo que lutar, eu vou sim deixar a louça suja!!
E se quiser pode reclamar a vontade, fazer seu show me chamar de puta
Não vou me importar, porque isso já não me insulta.
Meu lugar é onde eu quiser, cansei da beira do fogão,
E o quero agora é fazer revoluçao
- Lucas Campos
Diz querer criar o filho da melhor maneira
Mas chega em casa maltrata a mulher, só fala besteira
Puta, cadela, você não serve pra mim
A casa é minha, some, você pode sair.
Meu filho, mulher boa deve, lavar, passar, cozinhar, nos servir
Lugar de menino não é na cozinha
Guri tem que correr, pular, se divertir
Na roda dos amigos, se gaba
"Sou bom pai, não falta nada em casa"
Meu filho será como eu, bom pai, bom marido
Seguirá todos os meus passos, reproduzirá todo esse machismo.
- Bruna Santos