Os projetos foram aprovados no Edital Programa Teresa de Benguela, para seleção de projetos de extensão em atendimento à mulheres em risco ou vulnerabilidade social
No dia 14 de novembro de 2017 as alunas do curso "Mulheres na Construção Civil", da professora Mariane Brandão Campos, fizeram a primeira aula prática. Nela, a professora Mariane fez a apresentação do material e ensinou como fazer a limpeza da superfície e o estuda da paginação do piso, para colocá-lo no esquadro. Nas aulas seguintes, as alunas também aprenderam a assentar o piso e rejuntar.
Dulce Peres, agente de saúde, que já trabalha com cimento, procurou o curso para aprender técnicas que pudessem ajudá-la no dia-a-dia. "Com esse curso eu estou vendo que minha auto-estima está lá em cima, porque onde eu olho eu já vejo se está errado", afirmou Dulce. Segundo ela, o preconceito existe "porque aí não é lugar de mulher", mas "aprendi no curso que, a diferença entre o homem e a mulher assentando piso, cerâmica ou azulejo, a diferença só está no saco de cimento, no peso dele, porque nós não temos musculatura para isso, mas a gente adquire, ou divide ele no meio, e consegue".
Já no dia 18 de novembro, foi a vez das meninas do curso "Inclusão Digital, Tecnologia e Valorização do Trabalho Feminino: formação social e profissional para catadoras de materiais recicláveis de Várzea Grande", do professor Kléberson Cardoso de Jesus, participarem de uma oficina de turbantes, comemorando o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). A atividade já havia sido realizada no dia 11/11, quando a professora Jussara Meira tirou fotos das alunas, para presenteá-las no dia 18.
Segundo Jussara, a oficina tem a intenção de valorizar a cultura de origem africana e resgatar a história afro e dos antepassados e de "mostrar para essa mulher que ela é bonita na sua origem". Além disso, possibilita que aprendam e reproduzam estes conhecimentos em sua comunidade, explicou.
Para Valquíria Pereira de Barros, membra fundadora da Associação de Catadores, "esse curso veio nos mostrar que é importante também a gente trabalhar no nosso interno para o externo, porque a partir do momento que a gente consegue se entender enquanto mulher dentro da sociedade e se destacar, a gente consegue entender o sentimento do outro também".
Veja mais fotos AQUI.
SOBRE OS PROJETOS
Os dois projetos foram aprovados em agosto no Edital nº 63/2017/REITORIA/PROEX do Programa Teresa de Benguela, para seleção de projetos de extensão em atendimento à mulheres em risco ou vulnerabilidade social. (Leia mais: Campus Várzea Grande teve dois projetos aprovados no Programa Teresa de Benguela).
O curso "Mulheres na Construção Civil" busca capacitar mulheres em condição de vulnerabilidade social para o mercado de trabalho da construção civil, especificamente nas funções de azulejista e pintora de parede, buscando a inserção das mesmas no canteiro de obras como força de trabalho qualificada e produtiva. O projeto é desenvolvido através de aulas teóricas e práticas, em salas de aula e laboratórios específicos para cada módulo.
O Projeto "Inclusão Digital" tem por objetivo oferecer qualificação social e profissional a mulheres trabalhadoras da Associação de Catadores de Resíduos Sólidos do Município de Várzea Grande, por meio do curso Inclusão Digital, Tecnologia e Valorização do Trabalho Feminino. As mulheres catadoras são majoritariamente negras e encontram no projeto um importante espaço de reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira, o que possibilita uma ressignificação de sua autoimagem e seu empoderamento frente às situações de opressão de viés étnico-racial.