Durante a viagem, os estudantes puderam criar novas perspectivas, integrando saberes e culturas para o crescimento profissional e a inovação
22 estudantes dos Cursos Técnicos de Desenho de Construção Civil e em Serviços de Condomínio - PROEJA do Instituto Federal de Educação de Mato Grosso - IFMT Campus Várzea Grande realizaram na semana passada, entre os dias 12 e 16 de abril de 2016, uma visita técnica em São Paulo. Além de visitarem atrações culturais e históricas da cidade, também participaram da 22ª FEICON/BATIMAT - Feira Internacional de Construção Civil. A viagem teve como objetivo integrar vários saberes ligados aos cursos e explorar aspectos arquitetônicos, econômicos e sociais da formação da cidade.
Segundo Sandra Maria de Lima, Diretora Geral Pro Tempore do campus, que organizou e acompanhou a visita, o principal objetivo da viagem foi encantar e dar um novo horizonte aos estudantes. Para ela, foi uma das melhores visitas técnicas de que já participou, pela energia boa das pessoas que foram.
Durante a visita, os estudantes passearam pela Paulista, famosa avenida de São Paulo e conheceram o Conjunto Nacional, o primeiro shopping center da América Latina. No segundo dia, visitaram a Catedral Metropolitana e a Praça da Sé, além do Marco Zero, considerado o centro geográfico da cidade. Logo após, conheceram o bairro da Liberdade, conhecido como o maior reduto da comunidade japonesa, o Pateo do Colégio, um sítio arqueológico onde foi levantada a primeira construção da atual cidade de São Paulo, o Teatro Municipal, a Praça das Artes, a Rua 25 de março, o Mercado Municipal e, por fim, visitaram o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP, uma das mais importantes instituições culturais brasileiras.
No último dia em São Paulo, dia 15 de abril, os estudantes visitaram a Feira Internacional da Construção Civil - FEICON/BATMAT 2016. Segundo Sandra Lima, na Feira, "oportunizou-se aos alunos a apreciação de estandes com a exposição de materiais de construção, sistemas construtivos, equipamentos e ferramentas, materiais de decoração, feira de livros técnicos, equipamentos de canteiro de obras, softwares e tecnologias sustentáveis, dentre outras".
Para Luciano Mori, professor de instalações elétricas do curso subsequente e professor de desenho técnico nos cursos integrados, os estudantes, acostumados ao eixo Cuiabá/Várzea Grande, puderam sentir a diferença na rotina, no fluxo e na arquitetura. A visita à Feira foi importante por dar a oportunidade à eles de ver a variedade e de conhecer vários fabricantes de produtos, desde luminárias e fios, até soluções tecnológicas e substações/transmissão.
Para os cursos e disciplinas, a importância da Feira esteve relacionada especialmente à criação e desenvolvimento da criticidade na análise e construção de projetos: “É importante que todo mundo tenha a capacidade de ser crítico de um projeto, lê-lo e entedê-lo”, explicou Luciano.
Durante a feira, Luciano explicou que, para os estudantes, era “a oportunidade de ver, fazer contato, perguntar se existia um mercado no nosso estado e da necessidade de readequar produtos”. “Para quem tem o espírito mais empreender, eu vi que muitos alunos pegaram folhetos, analisaram catálogos, ficaram pedindo explicação, acredito que eles tiveram uma noção mais profunda da Feira”, finalizou.
Bélius Augustin, estudante do Curso Técnico de Desenho de Construção Civil, agradeceu à todos os colegas que foram à viagem, pois se esbarram nos corredores, mas nunca conversam. "Graças à essa Feira, nos conhecemos e passeamos”. O estudante agradeceu também à Diretora Sandra, "que é a pessoa que pensa em nós demais, porque, no mundo tem poucas pessoas assim, que quer que a gente seja como são os outros".
Todos os estudantes que participaram da visita técnica puderam vislumbrar um novo horizonte e ter novas perspectivas, tanto profissionalmente, quanto pessoalmente. Jane Maria de Albuquerque Rosa Silva, estudante do curso de Desenho, também achou a visita à Feira e à cidade muito produtiva, pois “quando você vê coisas novas, você inova”.
Veja as fotos da visita: ÁLBUM DO FACEBOOK.
Bélius Augustin: um haitiano apaixonado pelo Brasil
A história de Bélius Augustin com o IFMT começou quando ele trabalhava como ajudante na obra do novo campus e Sandra o convidou a participar do processo seletivo, para se tornar estudante. Veja agora, parte do depoimento do estudante, feito durante a volta da viagem técnica:
"Deixei a família sanguínea, mas agora eu tenho uma família mais grande do que a família sanguínea, tenho aqui no Brasil. E isso me faz ser feliz cada dia, primeiramente quando cheguei na instituição e essa informação, que a gente podia estudar. Porque, na minha terra, o privilégio que estou vivendo agora, para mim é um sonho que está sendo realidade.
A gente terminou o ensino médio com 26 anos, enquanto a gente aqui termina com 18. Mas a minha terra não dá oportunidade. A oportunidade que vocês têm hoje, de estar participando, estudando grátis (sic.), sem nenhum centavo, é um privilégio que vocês devem explorar o máximo possível. Porque, eu sou testemunha disto, de que gente com bastante inteligência e capacidade de aprender, mas que não tem esse privilégio de achar uma escola grátis. Porque na minha terra é tudo pago e quem paga? Quem tem! Quem não tem, não paga, não estuda. Por isso que a miséria sobe cada dia mais.
As atitudes de uma pessoa, não demonstra o que ele fala de sua boca. Porque ele diz que ama, mas não ama de verdade. A boca fala o que o coração está cheio. Mas às vezes o coração está vazio e está saindo pela boca...
Eu, de coração, quero agradecer a cada um de vocês, que me acolheram. Espero que, este ato de fraternidade que vocês fizeram comigo, não somente comigo, mas senão com cada estrangeiro que deixou o seu país para emigrar, ou imigrar à outro, porque não é fácil ser imigrante. A gente viveu praticamente 10 anos sendo imigrantes e já passamos por 3 países. Estou gostando muito do Brasil.
A pobreza não está no bolso da pessoa que não tem dinheiro, senão na mente daquele que não pensa no futuro."
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Sandra Lima, diretora do campus, falou que gostaria de entregar o diploma de Gestão Pública para Bélius e que ele fizesse um curso superior no Instituto. Além disso, demonstrou sua admiração pelo estudante, "pois às vezes os problemas da nossa vida nos envolvem tanto, que nos impedem de observar tudo de bom que está acontecendo em nossa volta". Sandra frisou, ainda, que a instituição está aberta para todos os conterrâneos dele e para todos aqueles que quiserem crescer.
