A edição de 2017 do Projeto de Ensino Expedições Seculares do IFMT Várzea Grande contemplou as 3 turmas do terceiro semestre dos cursos de Logística, Edificações e Desenho de Construção Civil. Ela foi realizada de 18 a 21 de abril, no município de Brasnorte, próximo à Juína (noroeste do Estado), onde os estudantes visitaram a aldeia indígena "Barranco Vermelho", da etnia Rikbaktsa, também conhecidos como canoeiros, pois a região é cortada pelo rio Juruena.
No dia 18 à noite, ao chegarem, os estudantes foram recepcionados com danças e os Rikbaktsa vestidos e pintados à carater. O cacique da tribo, Darci, agradeceu a visita e disse sentirem muito prazer em receber tantas pessoas.
Durante o dia 19 de abril, puderam participar das comemorações do Dia do Índio, com palestras, pintura corporal, competição de arco e flecha, várias atividades esportivas e alimentação indígena. Os estudantes do campus também apresentaram danças aos indígenas e os ensinaram a dançar o raqueado, dança típica matogrossense.
Caio, estudante do curso de Edificações, diz que é a primeira vez que esteve numa tribo indígena, apesar de ter parentes indígenas. "Tudo o que eles ofereceram foi maravilhoso, e todos aproveitaram o máximo, tanto pra conhecer a cultura deles, quanto pra oferecer o que tinham de conhecimento e de diversão pra eles também", afirmou Caio.
No dia 20, foram visitadas mais 3 aldeias vizinhas e os expedicionários puderam visualizar o rio Juruena. Após almoço e encerramento das atividades da visita, integrantes do Pauta Viva ainda se despediram com a apresentação de duas músicas para os Rikbaktsa.
Segundo Saiani Zarista, coordenadora da visita, todos foram muito bem recebidos: "o que importa realmente é esse acolhimento, ninguém está se importando com luxo de forma nenhuma, a experiência é essa mesmo, é sair do nosso comodismo da cidade e ter esses desafios, essas outras realidades", explicou.
Ao final, o Cacique afirmou ter ficado muito contente em receber os estudantes. "Hoje a gente tem maior dificuldade hoje na nossa área, que hoje a gente sofrente um grande impacto sobre as lavouras, sobre as usinas tá [sic] causando impacto no rio Juruena, vários rios que cái [sic] dentro do Juruena, a gente está sendo afetado pelos impacto e a gente está sofrendo muito sobre isso [...] e você não tem mais confiança de pegar um peixe sadio. Acho que esse povo que veio vai nos ajudar muito também, preservar nossa área".
"Então eu peço que esses [sic] pessoas que vieram aqui de longe, conhecer como que o índio convive, como o que o índio é lá dentro da aldeia... Tem muitos não-índio que fala 'ah! mas o índio perdeu a cultura dele'. Não, nós temos nossa cultura. Nós temos nossas tradições, temos nossas caça [sic], nossos peixe [sic]. Só que a gente fica um pouco triste a questão das usina [sic], do que está acontecendo no rio Juruena. E a soja já chegou na divisa da área... Eu garanto que esses [sic] pessoas que vieram, eles também vão nos ajudar a preservar nossa natureza", finalizou Darci.