Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – IFMT Várzea Grande participou do evento da ONU-Habitat, Circuito Urbano 2020. O Circuito contou com 200 eventos e 1000 palestrantes ao longo de todo o mês, ao vivo na plataforma do Youtube e, posteriormente, gravados para acesso público. A Especialização em Desenvolvimento Urbano do campus contribuiu com a programação, realizando o evento Cidade e Ambiente, no dia 22 de outubro.
O II Seminário Cidade e Ambiente: saneamento para o direito à moradia e à cidade possui relação direta com o Circuito Urbano 2020 ao promover reflexões e debates sobre o saneamento em espaços urbanos, tema esse considerado central para cidades mais socialmente equânimes e ambientalmente sustentáveis. ASSISTA AQUI!
Segundo Dra. Gabrielly Cristhiane Oliveira Silva, Docente da Especialização e painelista do evento, “Neste ano, com a nossa Pós-Graduação plenamente implementada há 1 ano, nós podemos perceber o quanto nós avançamos em tão pouco tempo. “Sendo assim, decidimos por realizar um debate sobre o papel do saneamento como acesso à moradia e à cidade, pois sabemos que essa discussão sobre saneamento é fundamental em qualquer recorte temporal, na medida que grande parte do território brasileiro ainda apresenta sistema de saneamento básico inadequado, impedindo, inclusive, o acesso à própria higiene básica do ser humano e isso ganha ainda mais destaque em tempos de pandemia’’, explicou Gabrielly.
O evento contou com a participação do Dr. Rafael Pedrollo de Paes (Engenheiro Sanitarista da UFMT), que trouxe uma reflexão sobre o crescimento de cidades e determinadas infraestruturas no município, além de políticas voltadas à economia; também trouxe o Me. Antônio Krishnamurti Beleno de Oliveira (Engenheiro Civil da UFRJ), que apresentou sua experiência na elaboração do plano estratégico de desenvolvimento urbano da região metropolitana do Rio de janeiro e, por fim, a Ma. Rayssa Saidel Cortez (Arquiteta e Urbanista na FAAC/UNESP), que destacou que “Não existe universalização do saneamento se a gente não pensar em crescimento econômico com distribuição de renda, se não viabilizamos a reforma urbana na cidade e a reforma agrária no campo”.
Segundo Rhafael Borges, docente da Especialização, “É justamente nos espaços urbanos dos países periféricos e semiperiféricos que a pandemia da Covid-19 revelou seu lado mais devastador; substancialmente pelo fato de que nesses ambientes a supressão de direitos fundamentais associado a escassez de infraestruturas básicas promoveram condições mais precárias e ineficazes de enfrentamento a pandemia”.
“É nesse cenário que a questão do saneamento se impõe como fato imediato para promoção e manutenção da qualidade de vida e sobrevivência de diversos grupos humanos, notadamente aqueles em situação de vulnerabilidade social. Desse modo, o foco do evento foi dialogar sobre o papel do saneamento como importante elemento promotor de justiça social, dando ênfase em suas distintas escalas de repercussão, desde a habitação até a cidade”, explicou Rhafael.
Além das palestras, o evento contou também com a participação especial da Designer Gráfica, Arquiteta e Urbanista, Maria Theresa Morais, que, durante o evento produziu ilustrações, trabalhando a facilitação gráfica. Veja, a seguir:
Circuito Urbano 2020: Sobre a ONU-Habitat e o Outubro Urbano
ONU-Habitat é a agência das Nações Unidas responsável por promover o desenvolvimento urbano sustentável e a moradia adequada para todos e todas. Todo mês de outubro o ONU-Habitat estimula que países, cidades, comunidades, indivíduos e instituições se concentrem em debater sobre como tornar a vida nas áreas urbanas melhor para todas e todos, intitulando o mês como Outubro Urbano, onde se promove o evento denominado Circuito Urbano: uma iniciativa para apoiar institucionalmente e dar visibilidade a eventos organizados por diversos atores em todo o país.
Em 2020, a 3ª a edição do Circuito Urbano foi realizada de forma totalmente virtual devido às restrições impostas pela pandemia da COVID-19, abrindo possibilidades para a realização de parcerias com os escritórios do ONU-Habitat em Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), ampliando a discussão e tendo como tema principal “Cidades Pós-COVID-19: Diálogos entre o Brasil e a África lusófona”.
Texto por: Adriane de Souza e Cristiane Fronza/ASCOM IFMT Várzea Grande