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No dia Nacional dos Povos Originários, estudantes do IFMT Várzea Grande participam do 10º Encontro Indígena do Museu de História Natural de MT

Publicado por: Campus Várzea Grande / 19 de Abril de 2023 às 19:28

Durante esta semana, está sendo realizado o 10º Encontro Indígena - Territorialidades, do Museu de História Natural de Mato Grosso, com uma série de parcerias, de Universidades, de ONGs e com o apoio do Governo Estadual. Neste evento participam lideranças indígenas e jovens indígenas de 05 (cinco) etnias e o IFMT Várzea Grande participou como visita técnica das área de Sociologia e História, com os professores Leandro Viana de Almeida e Cristiana Vasconcelos Lopes.

Segundo o professor Leandro, ontem (18/04) "nós tivemos a presença dos quartos semestres dos Cursos Integrados de Logística, Desenho de Construção Civil e Edificações; ao todo, participaram cerca de 80 (oitenta) estudantes da nossa Instituição. Hoje, quarta-feira, participaram também os estudantes do sexto semestre de Logística, a pedido deles". "Foi bonito de ver pessoas de tantas etnias: Xavantes, Yna (Karajas), kuikuro, Bororo e Balatiponé (Umutina). O contato desconstrói a categoria índio, tão rotulada pela colonização. Vi os estudantes com curiosidade, dispostos a dialogar. Foi gratificante", afirmou Leandro.

Para Kelven Otávio Brandão Leite, do 4° semestre de Edificações, "a visita técnica me foi muito importante, mostrou como tudo que eu estudei era ao vivo e a cores". "Vi pinturas corporais, ritos religiosos e muita diversidade cultural, assuntos esses estudados em sala nas últimas semanas; o mais importante foi ver os indígenas tendo o seu devido lugar de fala e também o professor e historiador indígena falando", explicou o discente. 

Segundo Débora Rosa Campos Dantas, estudante do 4° semestre de Logística, "a visita técnica me trouxe experiências maravilhosas dos povos originários indígenas, porque não era nada do que eu pensava, pois foram apresentadas palestras e oficinas culturais... e a parte que mais me chamou a atenção foi que as pinturas no corpo têm seus significados como: solteiras, virgens, mães, casadas e outros". 

"Achei muito importante o Museu de História Natural ter oferecido esse 10° Encontro Indígena - Territorialidades, onde eles têm a liberdade de mostrar suas crenças, danças, pinturas e seus modos de vida. Quando pensamos em povos originários, vem a nossas mente que são pessoas agressivas, sem tecnologia e sem conhecimentos. Aprendemos ontem que eles são bem parecidos com a gente, mesmo com suas culturas diferentes", apontou a discente.

Isaac Amajunepá, do povo Balatiponé, popularmente conhecido como Umutina, afirmou que "é muito bom falar sobre a nossa cultura e desconstruir tantos preconceitos sobre os povos indígenas; tantos jovens estavam lá e saíram conhecendo um pouco sobre os povos originários de nosso estado. Espero que mais momentos como esses sejam criados".

Veja a palestra de abertura do evento: https://www.youtube.com/watch?v=EASEN_vHTOg.
Vídeo: 10° Encontro Indígena| Mesa-redonda Territórios, Resistências e Mudanças Climáticas | 18/04/2023

Arqueologia é informação? É conhecimento?

Baseados nestas questões, os dois professores criaram uma aula/visita técnica sobre os 'Paradigmas do histórico-culturalismo numa abordagem heterodoxa'. Nesta aula, ministrada antes da visita ao Museu, das 08h00 às 10h00, no dia 18 de abril, eles trabalharam, segundo a professora Cristiana, "a conquista da América, e a gente está falando sobre os povos dizimados, desde o período colonial até hoje, e a luta dos povos originários, seja na América Portuguesa, como também na América Espanhola; então, a ideia era de aproximar esses alunos, e o grande mote da nossa aula pensada, é que história e sociologia andam juntas, de mão dadas, mas, sobretudo, propõe algumas conexões e conectividades com esse saber".

"Aí como estávamos num museu de história natural, 'o que é arqueologia?', 'arqueologia é informação?', 'arqueologia é conhecimento?', e que conhecimento é esse construído?; e também, uma ideia do que que é arqueologia, arqueologia clássica, que foi amplamente divulgada nos filmes, no cinema, ou essa arqueologia é essa construção dessa relação histórica entre o homem e o espaço, o espaço habitado, né?", explicou.

"Então a gente trabalhou e trouxe, também, algumas questões, a partir das observações deles e uma leitura prévia, dessa construção desse conhecimento, numa perspectiva heterodoxa, numa tentativa de construir uma relação entre esse aluno e o espaço que ele vive. Havia os povos originários do Xingu que são, no total, 16 (dezesseis) nações indígenas e eles tiveram possibilidades de conhecer seu sincretismo religioso, compreender seu mundo cosmológico, e como ele se relaciona com a natureza, com os espaços e, sobretudo, com suas falas. As falas tinham várias representações indígenas e, sobretudo, mulheres tomando esse protagonismo de fala, de representatividade e de diálogo", finalizou Cristiana.

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